A decisão da Meta de encerrar seu sistema de checagem de fatos tem gerado reações de autoridades e especialistas em todo o mundo, especialmente no Brasil. A medida, anunciada após declarações de Mark Zuckerberg nos Estados Unidos, é vista como um indicativo de que a empresa pretende adotar um modelo de “notas de comunidade” em vez de checagem profissional, similar ao que já ocorre em outras plataformas como o X. Especialistas em tecnologia alertam que essa mudança pode aumentar a desinformação nas redes sociais e tornar os usuários mais vulneráveis, uma vez que a verificação de conteúdo será reduzida.
No Brasil, o secretário de Políticas Digitais, João Brant, criticou publicamente as ações da Meta, apontando que elas demonstram uma aliança com o governo anterior dos Estados Unidos para enfraquecer a regulação de plataformas digitais. Brant afirmou que a empresa sinaliza, com essa decisão, o desrespeito à soberania dos países sobre o ambiente digital, e destacou a importância das medidas para garantir a integridade da informação, especialmente em momentos em que o Supremo Tribunal Federal (STF) está avaliando a responsabilidade das redes sociais na luta contra a desinformação.
Além disso, especialistas como o jornalista Pedro Dória alertam que a mudança poderá prejudicar o debate público, uma vez que a qualidade da informação nas plataformas digitais será comprometida. Segundo ele, o fim da checagem de fatos pode resultar em um aumento da polarização e da propagação de fake news, o que pode afetar negativamente a democracia, que depende de um ambiente de debate fundamentado na verdade e no respeito aos fatos. A decisão da Meta é vista como um passo atrás na luta contra a desinformação, enquanto as autoridades brasileiras pressionam por uma regulamentação mais rigorosa das redes sociais no país.