A Meta, empresa dona das redes sociais Instagram, Facebook, Threads e do aplicativo de mensagens WhatsApp, atualizou suas regras de moderação de conteúdo, permitindo postagens que, em alguns casos, podem ser consideradas preconceituosas. A mudança foi divulgada em inglês no dia 7 de janeiro e estendeu-se ao português na quinta-feira (9). Entre as permissões estão publicações relacionadas a alegações de doenças mentais e anormalidades com base em gênero ou orientação sexual, discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, além do uso de termos potencialmente ofensivos de maneira não literal.
As novas diretrizes também abordam questões relacionadas à segregação de espaços como banheiros e cargos militares, em função de gênero ou orientação sexual, desde que fundamentados em crenças religiosas. A Meta afirmou que tais conteúdos serão permitidos caso tenham um propósito claro, como discussão ou defesa de pontos de vista, mesmo quando envolvem linguagem agressiva ou preconceituosa. A empresa destacou que, em certos casos, conteúdos irônicos ou satíricos podem ser aceitos, desde que fique claro que a intenção é zombar ou criticar, não ofender.
As mudanças geraram reações negativas no Brasil, com críticas de autoridades públicas e entidades civis. O presidente da República, por exemplo, expressou preocupação sobre a soberania do país frente a essas modificações e afirmou que tomará medidas para garantir a proteção das leis brasileiras. A Advocacia-Geral da União também se manifestou, destacando que o Brasil não aceitará a violação das normas nacionais. A situação foi ainda mais criticada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais, que protocolou uma representação no Ministério Público Federal, alegando que as novas regras podem afetar as leis que protegem grupos vulneráveis no Brasil.