A Meta, dona de plataformas como Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads, atualizou nesta quinta-feira (9/1) suas regras de moderação de conteúdo, incluindo permissões para publicações consideradas preconceituosas. Entre as mudanças, a empresa passou a permitir alegações de doença mental ou anormalidade baseadas em gênero ou orientação sexual, além de discursos políticos e religiosos sobre questões como transgenerismo e homossexualidade. A Meta também flexibilizou as regras para conteúdo que defenda limitações de gênero em certas profissões, como nas forças armadas ou no setor policial, desde que fundamentado em crenças religiosas.
A empresa também declarou que, em alguns contextos, pode permitir o uso de linguagem ofensiva, como calúnias ou xingamentos, quando usados de forma auto referencial ou para empoderamento, desde que a intenção seja clara. Além disso, a Meta indicou que conteúdos com ironia ou sátira podem ser permitidos, desde que a violação das normas seja uma crítica ou zombaria. Essas mudanças atendem a uma exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação ao funcionamento das redes sociais, e foram criticadas por diversos grupos.
No Brasil, as novas políticas enfrentaram forte resistência. O presidente Lula declarou que o país buscará preservar sua soberania e discutirá as alterações com a Meta. A Advocacia-Geral da União (AGU) também afirmou que tomará medidas caso as novas regras infrinjam as leis brasileiras ou ameacem a democracia. Além disso, entidades de defesa dos direitos de minorias, como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), protocolaram representações contra a empresa, alertando para os riscos às leis de proteção a esses grupos.