A Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou alterações significativas em suas políticas de moderação de conteúdo e um alinhamento estratégico com o governo dos Estados Unidos. A decisão inclui o fim do programa de checagem de fatos, a flexibilização de restrições para temas sensíveis como migração e gênero, e o incentivo à promoção de conteúdos políticos. Segundo o comunicado da empresa, as mudanças buscam reforçar a liberdade de expressão e resistir a pressões regulatórias globais que, na visão da companhia, limitam a atuação de empresas de tecnologia americanas.
Especialistas em direitos digitais manifestaram preocupações com o impacto dessas medidas, destacando que podem levar a um aumento da desinformação nas plataformas da Meta. A retirada de mecanismos de verificação e o deslocamento das equipes de moderação para um estado com legislações mais flexíveis reforçam um alinhamento ideológico com o governo norte-americano recém-eleito, o que pode resultar em um ambiente digital menos confiável e mais polarizado. Críticos alertam que a justificativa de combate à censura pode ser utilizada para promover interesses políticos, priorizando ideologias em detrimento de informações verificadas e imparciais.
As mudanças também refletem uma nova abordagem da Meta em relação ao conteúdo cívico e político, áreas anteriormente restritas para evitar estresse entre os usuários. Com o retorno desse tipo de publicação, a empresa sinaliza uma reorientação estratégica que acompanha uma possível mudança no comportamento do público. Contudo, especialistas destacam que, sem mecanismos sólidos de moderação, as plataformas correm o risco de amplificar discursos problemáticos, prejudicando a integridade informacional do ambiente digital.