A Coalizão Direitos na Rede divulgou um manifesto nesta quarta-feira (8) contra a mudança nas políticas de moderação de conteúdo anunciada pela Meta, controladora das plataformas Facebook, Instagram e Threads. A empresa revelou que encerrará o programa de checagem de fatos, permitirá maior liberdade para discussões sobre temas como migração e gênero e promoverá mais conteúdo de teor político-ideológico. Para as organizações que assinam o manifesto, essas alterações representam um retrocesso na segurança digital e nas políticas de proteção a grupos vulneráveis.
O texto destaca que a Meta já enfrenta críticas por falhas em sua moderação de conteúdo, que, segundo as entidades, têm permitido a disseminação de desinformação e discurso de ódio. Agora, com a eliminação de políticas de contenção, como as restrições sobre violência de gênero e proteção a menores, a situação pode se agravar. O CEO da Meta reconheceu publicamente os riscos de que menos conteúdos prejudiciais sejam filtrados, uma postura que reforça as preocupações sobre o impacto das mudanças.
Entidades como o Idec, CUT e a ABJD alertam que as novas medidas negligenciam os danos da violência online e podem contribuir para a instabilidade social e enfraquecimento dos processos democráticos. O manifesto também critica a postura da Meta em relação à soberania digital de países, ao priorizar interesses corporativos e lucros em detrimento da segurança e inclusão dos usuários, evidenciando um problema estrutural de concentração de poder nas mãos de grandes empresas de tecnologia.