A ex-chanceler alemã Angela Merkel expressou críticas ao seu sucessor, Friedrich Merz, por sua aprovação de um projeto de lei sobre controle de imigração mais rígido, que contou com o apoio da extrema-direita, representada pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD). O projeto foi aprovado no parlamento, quebrando um tabu político que havia se mantido por muito tempo na Alemanha, o que gerou reações de figuras políticas e sociais. Albrecht Weinberg, sobrevivente do Holocausto, devolveu sua medalha da Ordem Federal do Mérito em protesto, enquanto outros membros do partido CDU, como Michel Friedman, se afastaram em descontentamento com a postura adotada por Merz.
A aprovação da moção, apoiada pela AfD, também gerou protestos nas ruas, com milhares de manifestantes se reunindo em frente à sede do CDU em Berlim. A polícia foi chamada para proteger os funcionários, devido aos riscos de segurança. Merz, por sua vez, minimizou as manifestações, argumentando que o direito de se manifestar tem seus limites e que os partidos que defendem uma visão mais à esquerda estavam se tornando uma minoria na sociedade alemã. Além disso, ele reafirmou que o apoio da AfD ao projeto de lei não afetaria a sua decisão, afirmando que a necessidade de uma política de imigração mais rigorosa prevalecia.
A situação gerou um confronto político significativo, com Merkel criticando Merz por uma suposta contradição em relação a uma promessa que ele havia feito de buscar maiorias com partidos principais, em vez de recorrer ao apoio da AfD. A ex-chanceler pediu que os partidos democráticos se unissem para prevenir a radicalização e evitar mais episódios de violência. A AfD, que ocupa a segunda posição em várias pesquisas de intenção de voto, segue sendo monitorada por suspeitas de extremismo de direita, o que adiciona complexidade ao cenário político alemão à medida que se aproximam as eleições de fevereiro.