A abertura do mercado livre de energia em janeiro de 2024, que permitiu a adesão de todos os consumidores de alta tensão, resultou em uma grande migração do mercado regulado para o ambiente livre. Especialistas apontam que essa ampliação da competição forçará as fornecedoras a se tornarem mais criativas e a adotarem estratégias inovadoras para atrair novos clientes. No modelo de contratação livre, as empresas podem negociar diretamente com os geradores ou comercializadoras, o que dá maior autonomia ao consumidor, mas também exige novas abordagens no setor.
Em novembro de 2024, o Brasil registrou um recorde de migrações, com mais de 2.100 unidades consumidoras deixando o mercado regulado. A tendência continua forte, especialmente entre empresas de setores como saúde, telecomunicações, mineração e siderurgia. De acordo com consultorias, o número de consumidores elegíveis para o mercado livre já ultrapassa 100 mil. Apesar da alta concorrência, ainda existem oportunidades de negociação, principalmente para empresas de menor porte, que buscam benefícios como descontos de até 35% na conta de energia.
Uma tendência crescente é o modelo de autoprodução, no qual empresas se tornam sócias de projetos de geração de energia, garantindo maior controle e descontos. Este tipo de contrato tem atraído consumidores de maior porte que já migraram para o mercado livre, oferecendo condições mais vantajosas em relação a contratos tradicionais de longo prazo. Nesse cenário, empresas que conseguirem educar seus clientes sobre os detalhes e riscos do mercado de energia, além de oferecer um atendimento mais completo, terão um diferencial competitivo importante para conquistar novos contratos.