O mercado futuro de juros iniciou a semana com uma redução nos prêmios em toda a curva de juros, seguindo o movimento observado na última sexta-feira. A escassez de novidades e o enfraquecimento do dólar impulsionaram essa correção, principalmente nas taxas de vencimentos mais longos. Embora o relatório Focus tenha apontado uma piora nas estimativas para inflação e juros, esse fator não impediu a movimentação do mercado, que continuou a ajustar as taxas, especialmente diante das expectativas mais altas para a Selic e uma projeção de inflação crescente.
De acordo com analistas, o atual cenário reflete uma desconexão entre as projeções de juros e os fundamentos econômicos. Apesar de questões preocupantes, como o enfraquecimento do dólar e as altas taxas de juros, muitos veem as projeções de uma Selic elevada como improváveis de se concretizarem, justificando a correção observada nos últimos dias. Essa correção também foi favorecida pela expectativa de que as taxas de juros futuras, que haviam superado os 16% recentemente, são excessivas em comparação com o cenário atual.
O destaque do dia foi a expectativa em torno da política comercial do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que sinalizou uma abordagem mais flexível em relação às tarifas, o que impactou as taxas de juros nos EUA e o mercado global. No Brasil, a reação foi a queda das taxas de Depósito Interfinanceiro (DI) nos vencimentos mais longos, mas a notícia de que Trump teria desmentido tais declarações fez com que os ativos perdessem parte dos ganhos. O mercado, portanto, segue em um período de volatilidade, com grande expectativa em relação às primeiras medidas do novo governo dos EUA.