O mercado financeiro revisou para cima as expectativas de inflação e crescimento econômico para os próximos anos, conforme as projeções divulgadas no Boletim Focus do Banco Central. A estimativa de inflação para 2025 foi ajustada de 5% para 5,08%, mantendo-se acima do teto da meta de 4,5%, enquanto a previsão para 2026 subiu de 4,05% para 4,10%. Essas revisões refletem o impacto de uma atividade econômica forte e fatores como a desvalorização cambial e eventos climáticos extremos, que também afetaram a inflação de 2024. A meta de inflação do Banco Central para 2025 e além será de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos.
As expectativas para a taxa Selic também foram mantidas, com previsão de 15% ao ano para 2025 e um pequeno ajuste para 12,25% em 2026. A Selic é um instrumento crucial no controle da inflação, e seus efeitos na economia demoram de 6 a 18 meses para se refletir plenamente. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também foi revisto, com uma leve alta para 2025, que passou de 2,02% para 2,04%, impulsionado pela expansão de 0,9% no terceiro trimestre de 2024. No entanto, a projeção para 2026 foi revista para baixo, de 1,80% para 1,77%.
Outras projeções importantes incluem a expectativa para a taxa de câmbio, que deve se manter em torno de R$ 6,00 para 2025 e 2026, e o superávit da balança comercial, que foi reduzido para US$ 73,4 bilhões em 2025, mas permaneceu em US$ 77 bilhões para 2026. Em termos de investimentos estrangeiros, a entrada de recursos diretos no Brasil é prevista para alcançar US$ 70 bilhões em 2025, aumentando para US$ 75 bilhões em 2026. Essas estimativas refletem uma visão mais otimista sobre a economia brasileira, apesar dos desafios inflacionários e fiscais.