Os juros futuros no Brasil encerraram a terça-feira entre estabilidade e leve alta, refletindo a perda de força no movimento de ajuste técnico iniciado na semana anterior. A trajetória das taxas foi influenciada por uma combinação de fatores, incluindo a desvalorização parcial do dólar e um cenário fiscal ainda incerto no país. Enquanto a moeda americana chegou a R$ 6,05 nas mínimas do dia, encerrando cotada a R$ 6,1042 (-0,14%), a pressão de alta dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos acabou prevalecendo, contribuindo para o aumento das taxas em alguns contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).
Nos mercados globais, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos atingiram novos patamares, impulsionados por indicadores econômicos fortes e por uma demanda abaixo da média em um leilão recente desses títulos. O PMI de Serviços nos EUA e os dados do relatório Jolts superaram expectativas, reforçando a percepção de resiliência da economia americana. Além disso, comentários sobre o teto da dívida e potenciais gastos fiscais pelo governo americano adicionaram incertezas ao cenário internacional, reduzindo as expectativas de cortes de juros ao longo de 2025.
No Brasil, o cenário fiscal preocupante foi destacado em meio à ausência de novidades na entrevista do ministro da Fazenda, que ressaltou que medidas estão sendo analisadas cuidadosamente antes de serem anunciadas. Especialistas afirmam que o mercado busca um ponto de equilíbrio após as recentes decepções com o pacote fiscal, mas melhorias consistentes dependerão de novas iniciativas. A combinação entre os fatores externos adversos e a falta de sinais claros de avanço fiscal no cenário doméstico tem mantido o mercado cauteloso.