Economistas do mercado financeiro projetam que a nova meta contínua de inflação, que considera o IPCA acumulado em 12 meses, será descumprida nos primeiros seis meses de validade. As estimativas indicam que o índice de preços ao consumidor se manterá acima do teto da meta, de 4,50%, até julho de 2026. A expectativa de desaceleração da inflação, que apontava uma redução do IPCA de 4,83% para 4,39%, foi revista após o aumento inesperado do IPCA-15 de janeiro.
As projeções do mercado agora indicam que, após um leve alívio em maio, o IPCA continuará subindo até junho, alcançando 5,52%. Esse cenário sugere que o Banco Central não conseguirá atingir a meta de inflação estabelecida para os próximos anos, já que o índice deve se manter acima de 5% até o meio de 2026. Mesmo com um pequeno recuo para 4,46% em agosto de 2026, o IPCA deverá continuar fora do intervalo de tolerância por um longo período.
A revisão das expectativas foi influenciada pelos dados do IPCA-15 de janeiro, que superaram as previsões anteriores, indicando uma possível tendência de alta nos preços. Com isso, as medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasam o relatório Focus, agora projetam uma aceleração da inflação nos próximos meses, prejudicando o cumprimento da meta de inflação estabelecida para o período.