O mercado de trabalho brasileiro mostrou sinais de enfraquecimento no final de 2024, conforme indicam os últimos dados do IBGE. A taxa de desemprego, embora ainda baixa em 6,2% no trimestre até dezembro, apontou uma leve elevação, e a população ocupada se manteve estável. Além disso, a PNAD revelou um aumento no desemprego dessazonalizado para 6,7%, afastando-se das mínimas históricas. Esse cenário reflete uma desaceleração econômica, com a perda de vagas no último mês do ano, como também mostrado pelo Caged.
Apesar da desaceleração, os especialistas destacam o desempenho robusto da renda no país. O rendimento médio real e a massa de renda habitual cresceram, impulsionados pela elevação dos salários e do nível de ocupação. Esses dados ajudam a sustentar a atividade econômica e o PIB, mas também dificultam o controle da inflação, que segue acima da meta estabelecida. O crescimento salarial elevado sugere uma pressão contínua sobre os preços, o que pode resultar na manutenção de juros elevados.
A desaceleração do mercado de trabalho, embora visível, não impede que o consumo das famílias continue forte no início de 2025. O crescimento da massa salarial formal e o consumo se apresentam como fatores positivos para a economia no curto prazo. No entanto, a trajetória de queda no ritmo de geração de empregos e o aumento das taxas de juros indicam que a economia enfrentará desafios para equilibrar o crescimento com a inflação, o que pode impactar o ritmo da recuperação nos próximos meses.