Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos têm subido rapidamente, alcançando o maior nível desde maio de 2024, com os rendimentos de 10 anos em 4,6%. Essa tendência gerou preocupações sobre a capacidade do país de gerenciar seu crescente endividamento, especialmente em um contexto em que cortes de impostos foram prometidos pela administração do presidente eleito. A situação tem sido comparada a eventos de 2022 no Reino Unido, quando políticas fiscais controversas levaram a uma grave crise no mercado financeiro britânico.
Uma métrica chave que reflete a ansiedade no mercado de títulos é o chamado prêmio de prazo, que atingiu recentemente seu maior nível desde 2015. Especialistas apontam que 80% do aumento nas taxas de longo prazo desde setembro podem estar associados a preocupações com a política fiscal. Este cenário traz de volta memórias de crises recentes, ressaltando os riscos de políticas que possam alimentar a inflação e desestabilizar investidores em títulos de longo prazo.
Além disso, o impacto dessa alta nos rendimentos pode se estender ao mercado de ações, uma vez que custos de empréstimos persistentemente elevados dificultam a operação das empresas. Em 2022, uma dinâmica semelhante levou a uma queda significativa no índice S&P 500. A atual conjuntura ressalta os desafios para os mercados financeiros americanos, evidenciando os efeitos interligados entre as decisões políticas e o comportamento do mercado.