O mercado futuro de juros iniciou a semana com uma correção nas taxas, seguindo o movimento observado na última sexta-feira (3), com redução dos prêmios em toda a extensão da curva de juros. A ausência de grandes novidades no noticiário, somada ao enfraquecimento do dólar, favoreceu esse movimento de ajuste. Apesar de o Relatório Focus apontar uma piora nas expectativas para a inflação e a taxa de juros, essa correção nos contratos de juros futuros ocorreu, principalmente, nos vencimentos mais longos.
O economista-chefe de uma instituição de investimentos destacou que as atuais projeções de juros e inflação estão desconectadas da realidade econômica, com os contratos de juros futuros indicando taxas muito altas, que são improváveis de se concretizar, considerando a taxa Selic de 12,25% e os ajustes futuros já previstos pelo Banco Central. Esse cenário de correção reflete um distanciamento entre as expectativas de mercado e a realidade das condições econômicas.
Um dos principais fatores que influenciaram a queda das taxas foi a notícia de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria cogitando uma política comercial menos restritiva do que a apresentada durante sua campanha. Embora Trump tenha negado a veracidade dessas informações, o impacto inicial foi um enfraquecimento do dólar e uma queda nos rendimentos dos Treasuries, refletindo também nos contratos de juros no Brasil. O mercado, no entanto, continua com expectativa sobre as primeiras ações de Trump após sua posse, o que pode gerar volatilidade até o final deste mês.