O Memorial da Resistência de São Paulo, único no Brasil dedicado à preservação da memória dos atos de resistência durante a repressão no país, completou 16 anos de atividades no dia 24 de janeiro. Para celebrar a data, o museu inaugurou o mural “Este capítulo não foi Concluído” (2024), do artista Rafael Pagatini, uma obra que aborda a memória das vítimas da ditadura civil-militar por meio de documentos históricos e símbolos representativos das violências enfrentadas pelos perseguidos políticos. O mural traz um painel de 14,2 metros por 4,5 metros, com 72 páginas de processos do Superior Tribunal Militar, focando em testemunhos e evidências de abusos cometidos contra os opositores do regime.
A nova exposição “Uma Vertigem Visionária – Brasil: Nunca Mais”, com curadoria de Diego Matos, ocupa um espaço de 400 m² no memorial e exibe obras de artistas que foram presos políticos, como Artur Scavone e Ângela Rocha, produzidas durante o período de encarceramento. A mostra também inclui documentos irrefutáveis do projeto “Brasil: Nunca Mais”, que reúne materiais de autoria dos próprios agentes da repressão, permitindo um olhar detalhado sobre a violência estatal vivida durante a ditadura. A diretora do memorial, Ana Mattos Pato, destaca a importância desse acervo histórico e o impacto de conhecer essas histórias, muitas vezes desconhecidas pelo público.
A exposição busca também estimular o debate sobre o legado da ditadura e a importância da preservação da memória. Muitas pessoas que visitam o museu se surpreendem ao descobrir documentos e relatos como o “Brasil: Nunca Mais”, que, apesar de sua relevância, ainda são desconhecidos por grande parte da população. A mostra permanece em cartaz até 27 de julho, com entrada gratuita, e busca oferecer um espaço de reflexão sobre o passado autoritário do Brasil, mantendo viva a memória das vítimas e o debate sobre os direitos humanos.