O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou nesta quarta-feira, 29, que a elevação da dívida pública cria um cenário desafiador para a economia brasileira até o final do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Embora reconheça a dificuldade do período, Meirelles descartou a possibilidade de uma recessão grave, como as observadas em 2015 e 2016. Segundo ele, não há sinais de uma recessão profunda, mas a sustentabilidade da dívida pública e a dominância fiscal continuarão sendo temas centrais para o futuro econômico do país.
Durante sua participação na Latin America Investment Conference (LAIC), evento promovido pelo UBS BB, Meirelles destacou que uma reforma da Previdência é necessária, dado o aumento da expectativa de vida da população. O ex-ministro, que foi responsável pela reabertura do debate sobre a reforma das aposentadorias durante o governo Michel Temer, acredita que a questão precisa ser revisitada para garantir o equilíbrio das contas públicas a longo prazo. Ele também pontuou que a reforma administrativa é uma medida fundamental para reduzir os custos da máquina pública e melhorar a eficiência do governo.
Meirelles alertou que, sem reformas estruturais, o Brasil continuará enfrentando desequilíbrios fiscais, sendo forçado a adotar medidas de ajuste pontuais. Para ele, a reforma administrativa é a mais urgente e importante para o país, já que contribui diretamente para a modernização do Estado e a redução de gastos públicos. O ex-ministro reafirmou a importância de se tomar decisões rápidas para evitar maiores complicações econômicas no futuro.