A economista Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren, afirmou que as medidas planejadas pelo governo para conter a alta dos preços dos alimentos podem não ser eficazes. Ela destacou que intervenções desse tipo costumam gerar distorções no mercado, ao invés de corrigir os problemas. Segundo Angelo, ações como leilões, importações e tabelamento de preços, como as implementadas em 2024 para controlar o preço do arroz, tendem a ter pouco impacto no controle da inflação.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem apontado o aumento nos preços dos alimentos como um dos principais responsáveis pela alta da inflação no Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que serve como prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 0,11% em janeiro, impulsionada pelo aumento de preços em alimentos e bebidas. Preocupado com a situação, o governo está discutindo ações para controlar esses preços, incluindo a possibilidade de reduzir as alíquotas de importação.
Apesar dessas medidas, especialistas alertam que sua eficácia pode ser limitada. Angelo sugeriu que a redução das tarifas de importação pode não resultar em uma diminuição significativa nos preços, uma vez que o consumo permanece aquecido no país, o que facilita a manutenção dos preços elevados. Além disso, a economista afirmou que medidas mais focadas no aumento da produtividade, como programas de crédito ou incentivos fiscais para a produção agropecuária, seriam mais eficazes a longo prazo, embora ainda seja difícil mensurar seu impacto final nos preços.