Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e importante jurista, faleceu no último domingo (12), em Brasília, aos 86 anos. Natural de Maceió, Lavenère teve papel crucial no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, e presidiu a OAB entre 1991 e 1993. Além disso, foi membro vitalício do Conselho Federal da OAB e presidiu a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, onde se destacou por sua atuação em prol da reparação às vítimas da ditadura militar. Sua trajetória de luta pela democracia e justiça social foi amplamente reconhecida, com destaque para sua contribuição ao direito e à justiça de transição no Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o falecimento de Lavenère, destacando o legado do jurista para a advocacia brasileira e sua constante defesa da democracia. A Ordem dos Advogados do Brasil anunciou um período de sete dias de luto em memória de Lavenère, considerando-o uma figura imprescindível para a profissão. O presidente da OAB, Beto Simonetti, expressou pesar pela perda de um homem de alma generosa e solidária, que deixou importantes ensinamentos sobre coragem e altivez.
Além de sua atuação como advogado, Lavenère também foi professor de Direito na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e na Universidade de Brasília (UnB). Sua morte foi lamentada por diversas instituições, incluindo a Advocacia-Geral da União, que destacou sua contribuição para a justiça de transição e a reparação histórica das vítimas da repressão política durante o regime militar. O trabalho de Lavenère na Comissão de Anistia ajudou a promover um processo de reconciliação do Brasil com seu passado, firmando-o como um defensor dos direitos humanos e da justiça social.