O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) anunciou sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados, buscando apoio de parlamentares dissidentes de bancadas que já se posicionaram a favor de Hugo Motta (Republicanos-PB). O foco de sua campanha é a incerteza sobre a disposição de Motta, apoiado por Arthur Lira (PP-AL), para avançar com pautas de interesse da oposição. Apesar da movimentação, a vitória de Motta é considerada quase certa devido ao apoio declarado de 18 partidos, incluindo forças alinhadas ao governo e ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Van Hattem, que representa uma bancada pequena, de apenas quatro deputados, tem tentado angariar o apoio de vice-líderes da oposição e minoria na Casa. Ele já obteve apoio implícito de aliados de Bolsonaro, e nos próximos dias deve intensificar seus esforços para conseguir votos entre os deputados. A vitória de Motta depende de 257 votos no primeiro turno, mas como o voto é secreto, o apoio partidário não garante adesão automática. A movimentação de Van Hattem pode representar uma alternativa à centralização das pautas no controle de Lira.
A candidatura de Van Hattem se apresenta como uma opção para a oposição, com promessas de avançar em temas como a reforma administrativa e o PL da anistia, este último relacionado ao perdão aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. A estratégia de Lira, ao adiar a tramitação de certas propostas, reflete uma tentativa de fortalecer o apoio a Motta, embora o impacto real das futuras ações de Motta, caso eleito, ainda seja incerto. Van Hattem, por sua vez, se mantém cético quanto ao alinhamento de Motta com a agenda da oposição, especialmente em questões sensíveis.