Neste sábado (11), ocorreu um ato em frente ao 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, Rio de Janeiro, com o objetivo de reivindicar o tombamento do local pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A manifestação busca transformar o espaço em um centro de memória e resistência, em homenagem às vítimas do regime militar, especialmente os mortos e desaparecidos pelo DOI-Codi do Rio de Janeiro, entre eles Rubens Paiva. O busto de Paiva, inaugurado em 2014 na Praça Lamartine Babo, simboliza a luta por justiça e memória.
O evento contou com a participação de ex-presos políticos e representantes de organizações como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a ONG Rio de Paz. Eles defendem que o tombamento do batalhão não é um ataque às Forças Armadas, mas sim uma forma de abrir um espaço para reflexão e revisão dos crimes cometidos durante a ditadura. Segundo os participantes, é importante que as gerações futuras conheçam e compreendam a história para evitar a repetição dos erros do passado e fortalecer a democracia no Brasil.
Durante o protesto, foram lembrados os abusos cometidos no DOI-Codi, que funcionou entre 1970 e 1979 dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, sendo um centro de tortura, desaparecimento e morte de opositores do regime. Dados da Comissão Nacional da Verdade apontam que mais de 50 pessoas morreram ou desapareceram após serem presas neste local. O Ministério Público Federal segue pedindo o tombamento do prédio desde 2013, com o objetivo de preservar a memória histórica e promover a reflexão sobre os direitos humanos.