Desde o início da invasão russa na Ucrânia, há quase três anos, mais de 12,3 mil civis perderam a vida devido ao conflito, com 650 crianças entre as vítimas, segundo a ONU. A organização destacou um aumento significativo nas mortes de civis, atribuído ao uso intensivo de drones, mísseis de longo alcance e bombas planadoras pela Rússia, que, nos últimos meses, tem atacado cidades distantes da linha de frente. Esse aumento de ataques contribuiu para um acréscimo de 30% no número de mortos entre setembro e novembro de 2024 em comparação com o ano anterior.
O impacto desses ataques tem sido especialmente severo nas regiões de linha de frente, onde as forças russas continuam a tentar expandir o controle sobre territórios no leste da Ucrânia. A ONU expressou preocupação crescente com o aumento do uso de tecnologias como drones, que têm sido responsáveis por grande parte das baixas civis. Em novembro de 2024, por exemplo, a Rússia utilizou 2 mil drones de longo alcance, aumentando a letalidade dos ataques. A vice-chefe de direitos humanos da ONU, Nada Al-Nashif, mencionou que esses atos podem configurar crimes de guerra, dada a natureza indiscriminada e devastadora dos ataques.
A resposta das autoridades russas foi uma negação das alegações, acusando a ONU de parcialidade e desviando as críticas para as ações do governo ucraniano. Por outro lado, representantes da Ucrânia descreveram os ataques russos como premeditados e cruéis, visavam causar o máximo sofrimento à população civil. As informações da ONU são baseadas em dados coletados no terreno, embora a própria organização reconheça que os números divulgados podem ser inferiores à realidade, dado que nem todas as vítimas foram confirmadas de maneira independente.