Nicolás Maduro assumiu seu terceiro mandato como presidente da Venezuela em uma cerimônia marcada por seu fortalecimento no poder, mas também por um crescente isolamento internacional. Durante o evento, o presidente venezuelano anunciou planos de reforma da constituição e acusou os Estados Unidos de interferir nos processos democráticos do país. Apenas dois líderes estrangeiros participaram, Miguel Díaz-Canel, de Cuba, e Daniel Ortega, da Nicarágua. A ausência de outros chefes de Estado refletiu o afastamento crescente da Venezuela na comunidade internacional.
No cenário interno, a gestão de Maduro enfrenta um forte questionamento sobre a legitimidade de sua vitória nas urnas, com pesquisas indicando que a maioria dos eleitores não reconhece o resultado das eleições. A oposição, liderada por figuras como María Corina Machado, denuncia o aumento da repressão como sinal de fragilidade do regime. O Brasil, por sua vez, adota uma postura cautelosa, mantendo laços diplomáticos e comerciais com Caracas, mas sem reconhecer oficialmente o resultado eleitoral.
Além da crise política, a Venezuela continua a enfrentar uma grave crise econômica que se arrasta desde 2016, exacerbada pela queda dos preços do petróleo e pela falta de investimentos. A escassez de recursos, combinada com o declínio na produção interna, resultou em uma profunda crise humanitária que gerou milhões de refugiados nos últimos anos. A situação coloca o país em uma posição de vulnerabilidade, com poucas perspectivas de recuperação no curto prazo.