O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta crescente insatisfação no Congresso, especialmente no Senado, devido a possíveis vetos a trechos do projeto de renegociação das dívidas estaduais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o presidente deve vetar artigos que possam aumentar o déficit primário do governo federal. O projeto, que visa aliviar a situação financeira de estados em dificuldades, foi elaborado por senadores e negociado com governadores, incluindo os de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. A insatisfação gerada pelos vetos pode agravar a relação entre o governo e sua base aliada.
Além disso, o governo Lula enfrenta críticas internas por outros vetos, incluindo o que limita o bloqueio de emendas impositivas e mudanças em fundos partidários. Para tentar amenizar a situação, interlocutores do governo sugerem uma reforma ministerial. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, indicou que mudanças podem ocorrer antes da reunião ministerial marcada para 21 de janeiro, com negociações para acomodar a base aliada. A pressão vem principalmente do Centrão, bloco que inclui partidos de centro e centro-direita, que exige mais espaços no governo.
Entre as possíveis mudanças, nomes como o de Silvio Costa Filho, atual ministro de Portos e Aeroportos, são cogitados para comandar a Secretaria de Relações Institucionais. Caso isso se concretize, outras alterações também estão sendo analisadas, como a troca no Ministério da Saúde e no Ministério da Defesa. O governo busca equilibrar as demandas políticas e garantir o apoio necessário para enfrentar os desafios legislativos e fiscais do país.