O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está planejando realizar um evento simbólico em 2024 para marcar os dois anos dos ataques de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Durante a última reunião ministerial de 2023, o petista solicitou a presença de todos os ministros no evento, que terá um caráter oficial e será uma continuidade das cerimônias iniciadas no ano anterior. Em 2023, Lula já havia promovido uma solenidade chamada “Democracia Inabalada”, com a presença de líderes de diferentes esferas do poder, mas o evento gerou controvérsias, já que alguns governadores e parlamentares da oposição optaram por não participar.
O contexto da cerimônia também ocorre em meio a discussões jurídicas e políticas sobre os envolvidos nos ataques, especialmente em relação ao andamento de um projeto de lei que visa oferecer anistia aos investigados e condenados pelos crimes. O projeto precisa passar por análise em comissão na Câmara dos Deputados, mas ainda não foi instalado. Além disso, o inquérito da Polícia Federal sobre o golpe de Estado de 2022 e o atentado ocorrido em novembro de 2023 contra o STF renovaram os debates sobre os eventos de 8 de janeiro e suas consequências para a democracia e a segurança pública.
A resposta do governo federal aos ataques incluiu a detenção de mais de 1.400 pessoas e a abertura de investigações sobre as redes de financiamento e organização dos atos golpistas. A Polícia Federal também apontou o envolvimento de várias figuras políticas, e o Supremo Tribunal Federal tem processado centenas de acusados. Até o final de 2023, mais de 200 pessoas já haviam sido condenadas por crimes relacionados aos ataques, incluindo tentativa de subversão da ordem constitucional e depredação de patrimônio público. O futuro das discussões legais e políticas dependerá, em grande parte, da tramitação do projeto de anistia e das decisões judiciais sobre os responsáveis pelos atos.