Em sua primeira reunião ministerial do ano, o presidente Lula comentou sobre a posse de Donald Trump como 47º presidente dos Estados Unidos, destacando que, como chefe de Estado do Brasil, torce para que a administração americana seja bem-sucedida. Lula enfatizou que, apesar das diferenças, o Brasil busca manter boas relações com todas as nações, incluindo os Estados Unidos, sem se envolver em confrontos com potências como a Venezuela, China, Índia ou Rússia. A postura de Lula contrastou com declarações feitas no final de 2023, quando o presidente se mostrou mais crítico à ascensão de líderes como Trump, preferindo apoiar Kamala Harris, candidata democrata.
A diplomacia brasileira enfrenta desafios diante do novo governo de Trump, especialmente com relação às disputas comerciais e políticas envolvendo potências globais. O Brasil, por meio do Itamaraty, adota uma postura cautelosa, evitando se antecipar a avaliações precipitadas sobre as primeiras medidas da nova administração americana. O Brasil, enquanto presidente dos Brics, busca defender uma governança global mais inclusiva e uma maior diversificação das moedas utilizadas no comércio internacional, com destaque para a relação com a China, principal parceira comercial brasileira.
Além das tensões comerciais, a questão energética também preocupa o governo brasileiro, especialmente após o anúncio de Trump sobre a retirada dos EUA do Acordo de Paris. A postura de Trump pode afetar os esforços globais contra as mudanças climáticas, tema central para o Brasil, que sediará a COP30 em Belém em novembro de 2025. A ausência de um canal direto entre o governo brasileiro e a Casa Branca, em contraste com a aproximação da Argentina com a nova administração americana, levanta incertezas sobre os impactos nas relações bilaterais e na economia brasileira, particularmente no setor energético e nas tarifas de importação.