O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está ponderando vetar partes do projeto de renegociação das dívidas estaduais, o que pode gerar descontentamento no Congresso antes do retorno das atividades legislativas, em fevereiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o veto se concentrará em dispositivos que impactem o resultado primário do governo federal, como aqueles que poderiam aumentar o déficit primário. A insatisfação seria particularmente forte no Senado, onde o projeto, de autoria do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, visava atender governadores que enfrentam dificuldades no pagamento de dívidas estaduais.
Além dos possíveis vetos sobre a renegociação das dívidas, o governo também enfrenta críticas por outras decisões, como o bloqueio de emendas impositivas, o aumento de verba para o fundo partidário e benefícios para termelétricas a carvão e gás. A combinação de vetos e críticas até mesmo da base aliada de Lula pode agravar a tensão política. Para aliviar a situação, fontes próximas ao presidente sugerem que uma reforma ministerial seria uma estratégia para apaziguar os ânimos no Congresso.
Em meio a esse cenário, Lula também está avaliando mudanças em sua equipe ministerial, com possíveis trocas em setores estratégicos. Entre as especulações, destacam-se mudanças no Ministério da Saúde e no Ministério do Desenvolvimento Social, além de uma possível nomeação do ministro Silvio Costa Filho para a Secretaria de Relações Institucionais. Os partidos do Centrão têm pressionado o presidente para garantir maior representatividade no governo, com foco em acomodar aliados nas principais funções ministeriais.