O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta desafios para consolidar sua base de apoio no Congresso Nacional. Apesar de contar com partidos como o PT, PSB, PCdoB e PSOL, que formam sua base fiel, a força dessa aliança é limitada, com cerca de 130 deputados, ou um quarto da Câmara dos Deputados. Para alcançar os 257 votos necessários para aprovar projetos de lei, Lula precisa do apoio de partidos do Centrão, um grupo informal que não se alinha totalmente nem à esquerda nem à direita, mas que historicamente tem integrado governos de diferentes espectros ideológicos.
Embora alguns partidos do Centrão, como União Brasil, Republicanos, PSD e PP, ocupem ministérios no governo Lula, sua lealdade permanece incerta. Lula já indicou publicamente a necessidade de saber se esses partidos continuarão aliados em 2026, mas membros desses partidos ainda hesitam em comprometer apoio futuro. O governo, portanto, se vê em uma situação delicada, onde, mesmo com a ocupação de cargos ministeriais, a verdadeira fidelidade das siglas ao presidente não está garantida, dificultando a governabilidade em um momento de tensão política.
Além disso, as negociações nos bastidores revelam uma pressão por mais ministérios por parte dessas legendas. O contexto atual exige que o governo mobilize, além de sua base fiel, o apoio de aproximadamente 180 deputados do Centrão para conseguir aprovar propostas mais complexas, como a reforma tributária. Esse cenário coloca em evidência a fragilidade do equilíbrio político, com o governo precisando ajustar suas estratégias para garantir apoio suficiente para seus projetos legislativos, especialmente diante das perspectivas eleitorais de 2026.