O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, foi reeleito no último domingo (26) para um sétimo mandato, após obter 87,6% dos votos, segundo uma pesquisa oficial de boca de urna. A eleição foi amplamente criticada pela União Europeia e grupos de direitos humanos, que consideraram o processo fraudulento, já que a votação aconteceu sem a presença de candidatos de oposição. Os principais adversários de Lukashenko estão presos ou no exílio desde os protestos de 2020, quando ele enfrentou uma forte onda de contestação popular, que foi violentamente reprimida.
Em discurso recente, Lukashenko afirmou que os protestos de 2020 foram comparáveis a uma “vacina” que impediu qualquer possibilidade de novos levantes. Naquele ano, dezenas de milhares de bielorrussos saíram às ruas, acusando o presidente de fraudar as eleições. Desde então, a repressão tem sido intensificada, com prisões e perseguições a opositores, jornalistas e manifestantes, forçando muitos a fugir do país. A ONU estima que mais de 300 mil bielorrussos tenham se exilado por razões políticas.
A repressão ao movimento opositor e as sanções internacionais levaram Lukashenko a estreitar laços com a Rússia, abandonando uma postura de neutralidade entre Moscou e o Ocidente. A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a União Europeia continuará impondo medidas restritivas contra o regime, em resposta à eleição considerada ilegítima. O contexto de violência e controle severo sobre a sociedade bielorrussa tem levado o país a ser cada vez mais isolado no cenário internacional.