O líder bielorrusso Alexander Lukashenko se aproxima de um novo mandato de 31 anos após a divulgação de resultados eleitorais que indicam sua vitória com 88% dos votos. A eleição, no entanto, foi amplamente criticada por líderes europeus e organizações internacionais, que consideraram o processo como manipulado e não livre. O país enfrenta um clima de repressão, com a oposição silenciada e seus principais líderes forçados ao exílio ou encarcerados. Lukashenko, que rejeitou as críticas, afirmou que os opositores escolheram seu destino e que as manifestações não afetariam o curso de sua liderança.
A União Europeia e os Estados Unidos, que não reconhecem Lukashenko como líder legítimo da Bielorrússia, destacam o histórico de repressão a protestos em massa, como os ocorridos após a eleição de 2020, marcada por acusações de fraude. Além disso, mais de 1.250 prisioneiros políticos permanecem sob custódia, embora Lukashenko tenha libertado algumas figuras em “motivos humanitários”. Ele reiterou a postura de não ceder à pressão externa e afirmou que a Bielorrússia está disposta a dialogar com o Ocidente, mas sem se submeter às exigências estrangeiras.
Em seu próximo mandato, Lukashenko enfrentará desafios significativos, especialmente nas relações com a Rússia e o Ocidente, com foco nas negociações em torno do conflito na Ucrânia. Aliado de Moscou, ele permitiu que o território bielorrusso fosse usado como plataforma para a invasão da Ucrânia e aceitou a presença de armas nucleares russas no país. Analistas indicam que, caso o conflito chegue ao fim, ele buscará restaurar sua imagem internacional para reduzir o isolamento e pressionar pelo levantamento das sanções impostas ao país.