O lipedema é uma condição crônica, caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas e braços, que afeta cerca de 10% das mulheres mundialmente, com uma estimativa de 10 milhões de pessoas no Brasil. Frequentemente confundido com obesidade, o lipedema não responde a dietas ou exercícios físicos, e seus sintomas incluem dor, nódulos dolorosos, hematomas e um formato característico das pernas. Reconhecido pela OMS em 2019 e incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) em 2022, ainda enfrenta desafios em termos de diagnóstico preciso e conscientização médica.
Embora a ciência já saiba que o lipedema possui componentes genéticos e hormonais, especialmente relacionados ao estrogênio, muitos aspectos sobre o mecanismo de acúmulo de gordura ainda são desconhecidos. O tratamento do lipedema busca controlar os sintomas por meio de mudanças na dieta, exercícios físicos e procedimentos como drenagens linfáticas. Em casos mais avançados, a lipoaspiração pode ser indicada, mas o custo elevado de tais intervenções limita o acesso a tratamentos eficazes, especialmente no sistema público de saúde.
Além dos impactos físicos, o lipedema também afeta a saúde mental, gerando distúrbios como baixa autoestima, depressão e ansiedade. Muitos pacientes se sentem frustrados pela dificuldade de perder peso e pela falta de compreensão sobre sua condição. Há uma crescente mobilização por parte de ONGs e profissionais da saúde para garantir que mais mulheres tenham acesso a tratamentos adequados, destacando a importância da conscientização e do reconhecimento adequado da doença no sistema de saúde.