A surdez em cães é uma condição que pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida, e algumas raças, como os dálmatas, apresentam maior prevalência desse problema. Em cidades como São Carlos e Araraquara, tutores têm adotado a linguagem de sinais como uma forma de comunicação com seus cães surdos. Casos como o de uma família de São Carlos, que adotou uma vira-lata surda chamada Magali, mostram como a linguagem de sinais pode ser um recurso importante para promover a inclusão e o bem-estar dos animais.
A família, composta por Laerte e Camila, ambos surdos, e seu filho Lorenzo, que também compreende a Língua Brasileira de Sinais (Libras), adotou Magali e a ensinou a responder a sinais como “patinha” utilizando repetições e recompensas. Esse processo demandou paciência, mas trouxe benefícios para o relacionamento entre eles, criando uma comunicação eficiente e próxima entre o animal e seus tutores. Além disso, o filho do casal, Lorenzo, teve um papel importante nesse processo de inclusão.
A psicóloga e pesquisadora Carolina Jardim também tem explorado formas de comunicação com cães surdos. Ela adotou um dálmata chamado Milka, que nasceu surdo, e desenvolveu um sistema de sinais próprio, combinando a Língua Americana de Sinais e gestos específicos. A pesquisa e o trabalho com cães surdos têm mostrado que é possível promover o desenvolvimento cognitivo avançado dos animais, utilizando métodos semelhantes aos aplicados em cães ouvintes, substituindo a verbalização por sinais.