A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, criticou a posse de Nicolás Maduro para um terceiro mandato consecutivo, acusando-o de consolidar um golpe de Estado e violar a Constituição do país. Ela afirmou que, ao lado de líderes de Cuba e Nicarágua, Maduro ultrapassou limites democráticos, e defendeu a candidatura de Edmundo González, a quem considera o legítimo vencedor das últimas eleições. Em seu pronunciamento, Machado denunciou a repressão do regime, que, segundo ela, chegou ao ponto de fechar o espaço aéreo do país para impedir a entrada de González e usou a força para intimidar os opositores.
Durante a posse de Maduro, que aconteceu na sexta-feira, 10, a cerimônia foi marcada por uma presença internacional restrita, com destaque para representantes de países como Cuba e Nicarágua. A oposição, que acusa o regime de fraude nas eleições, seguiu buscando apoio internacional para contestar os resultados, enquanto o governo de Maduro manteve seu controle sobre as instituições. Embora a comunidade internacional, incluindo Brasil, Colômbia e México, tenha enviado apenas embaixadores, a situação política interna segue tensa, com uma repressão intensificada a opositores e a prisão de várias figuras políticas.
No discurso, Maduro minimizou a oposição de González, que, após um período de exílio, anunciou a intenção de retornar à Venezuela, desafiando a ameaça de prisão. A repressão à oposição aumentou, com a detenção de 42 pessoas nos dias anteriores à posse, segundo a ONG Foro Penal. Para seu terceiro mandato, Maduro promete uma reforma constitucional, que, segundo críticos, pode restringir ainda mais as liberdades no país, apesar de sua retórica sobre democratização e desenvolvimento.