O parlamento do Líbano elegeu Joseph Aoun, chefe do exército, como novo presidente do país, encerrando um longo vácuo presidencial e um impasse político de mais de dois anos. A eleição ocorreu após intensos esforços diplomáticos da Arábia Saudita e dos Estados Unidos para reunir apoio para o candidato, considerado alinhado com o Ocidente e com o governo saudita. Aoun foi eleito nas duas rodadas de votação e, ao ser empossado, deixou oficialmente sua função militar, apresentando-se ao parlamento em vestimentas civis.
O Líbano estava sem um presidente desde o fim do mandato de Michel Aoun, em outubro de 2022, e as negociações sobre um sucessor não resultaram em consenso. Isso gerou um aumento das tensões internas entre os blocos políticos pró-Ocidente e pró-Irã. Durante esse período, o país passou por 12 tentativas fracassadas de eleger um novo líder, até que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, mediado pelos EUA, ajudou a acelerar o processo eleitoral.
O novo presidente assume em um contexto complexo, com o Líbano enfrentando desafios políticos e sociais, e com a presença do Hezbollah e seus aliados tendo papel significativo na política interna. A eleição de Aoun também reflete um equilíbrio delicado dentro do sistema político confessional libanês, que exige que o presidente seja um cristão maronita. O exército, que desempenhou um papel importante no acordo de cessar-fogo, também terá responsabilidade crucial na implementação das condições do acordo no sul do Líbano, nas áreas dominadas pelo Hezbollah.