O presidente do Líbano, Joseph Aoun, convocou Nawaf Salam, chefe da Corte Internacional de Justiça, para assumir o cargo de primeiro-ministro após receber o apoio da maioria dos parlamentares libaneses. A decisão representa um revés significativo para o Hezbollah, que acusa seus opositores de buscar excluí-lo do processo político. A nomeação de Salam reflete uma mudança substancial no equilíbrio de poder entre as facções sectárias do Líbano, especialmente após a recente guerra envolvendo o Hezbollah e Israel.
Salam obteve o apoio de 84 dos 128 parlamentares, incluindo facções cristãs, drusas e parlamentares muçulmanos sunitas, além de aliados do Hezbollah. No entanto, os parlamentares do Hezbollah e do movimento Amal, que detêm todas as cadeiras reservadas aos muçulmanos xiitas, não indicaram candidatos para o cargo, sinalizando que não desejam participar do governo de Salam. A escolha do primeiro-ministro ocorre em um contexto de crescente polarização política e fragmentação no Líbano, após a eleição do presidente Joseph Aoun, que contou com apoio de potências ocidentais e regionais.
A eleição de Aoun e a designação de Salam são vistas como tentativas de reavivar o funcionamento das instituições do governo libanês, que enfrentam uma paralisação de mais de dois anos. A crise política no Líbano reflete um sistema sectário fragilizado, no qual as posições de poder são distribuídas com base em afiliações religiosas, o que tem gerado desafios para a estabilidade e governança no país.