A recente aprovação da lei que proíbe o uso de celulares e dispositivos eletrônicos nas escolas públicas e privadas do Brasil gerou um raro consenso entre diferentes setores do Congresso Nacional, Ministério da Educação e redes de ensino. A medida, que visa melhorar o aprendizado e a socialização dos alunos, destaca-se por seu apoio unânime entre parlamentares de várias orientações políticas, como explicou Ivan Gontijo, gerente de políticas educacionais da ONG Todos pela Educação.
A restrição ao uso de celulares é vista como essencial para evitar a queda no desempenho dos estudantes, observada globalmente com o aumento do uso das redes sociais e celulares nas escolas. Gontijo ressaltou que a escola deve ser um espaço de interação social, e que em muitas instituições onde não há essa restrição, é comum que os alunos permaneçam isolados, até durante os intervalos. A medida pretende também contribuir para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais para a formação dos estudantes.
A lei, que começará a valer no próximo ano letivo, não será aplicada de forma uniforme em todo o país. As escolas terão que adaptar suas práticas, o que pode incluir a utilização de métodos como coleta dos aparelhos no início do dia ou o uso de pochetes para armazená-los. Embora a lei permita o uso de celulares em atividades pedagógicas específicas, o principal desafio será convencer os alunos, especialmente os mais velhos, a se adaptarem à nova realidade escolar.