Após enfrentar anos consecutivos de seca, a Lagoa do Peixe, localizada entre os municípios de Tavares e Mostardas, no Rio Grande do Sul, experimenta uma recuperação significativa em seu volume de água, impulsionada pelas chuvas de 2024. A situação favorável traz de volta a temporada de pesca de camarão, que começa nesta quinta-feira (9), com estimativa de uma produção de 400 toneladas até o final do ano. Durante o auge da pesca, chegam a ser colocadas até 4 mil redes na lagoa, um reflexo da recuperação da biodiversidade local.
A pesca do camarão na Lagoa do Peixe é regulamentada, com os pescadores colaborando ativamente com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para evitar práticas predatórias. Somente camarões com mais de 8 cm podem ser capturados, e as redes devem ser distantes 50 metros umas das outras, visando a preservação da espécie e do ecossistema da lagoa. A gestão do parque destaca que a volta do camarão de forma expressiva é um fenômeno positivo, quase comparado a um “milagre”, após os dois anos de seca que afetaram a região.
O Parque Nacional da Lagoa do Peixe, criado em 1986, ocupa uma área de 36,7 mil hectares e é considerado um importante berçário para espécies marinhas, como o camarão-rosa e a tainha. Além disso, a lagoa atrai uma grande diversidade de aves migratórias e ameaçadas de extinção, como o gavião-cinza e a gaivota-de-rabo-preto. O parque também oferece opções de trilhas para visitação, permitindo que o público tenha acesso a essa rica biodiversidade. A recuperação do volume de água na lagoa é vista como um sinal positivo para o equilíbrio ambiental da região.