A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) confirmou que o fenômeno climático La Niña continuará ativo até o período entre fevereiro e abril de 2025, com 59% de chance de persistir. Este fenômeno ocorre devido ao resfriamento das águas do Oceano Pacífico na região Equatorial Central e Centro-Leste, afetando as condições climáticas globais. Após essa janela, espera-se que as condições retornem ao estado neutro, com uma probabilidade de 60% de transição entre março e maio de 2025. Apesar de ser classificado como uma La Niña fraca, ele pode gerar mudanças significativas no clima de diversas regiões, como no Brasil.
Para o Brasil, os efeitos esperados incluem aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste, enquanto o Centro-Sul deve enfrentar tempo mais seco, com chuvas irregulares. A La Niña também favorece a entrada de massas de ar frio, promovendo uma maior variação térmica. As chuvas no Norte, especialmente no Amapá e no norte do Pará, devem aumentar, enquanto o sul do país pode ter menor precipitação. No Centro-Sul, a tendência é de tempo seco, mas com um aumento no risco de tempestades e granizo, especialmente no estado de São Paulo, devido ao deslocamento do jato subtropical para o norte.
O meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo, explicou que o fenômeno tem levado a condições atmosféricas que favorecem a formação de granizo, além de deslocar a Zona de Convergência Intertropical, o que traz mais chuvas para o Norte do Brasil. A persistente atuação das Altas da Cordilheira dos Andes também está influenciando o padrão climático, com pouca chuva no Centro-Sul e mais umidade no Norte e Nordeste. Enquanto isso, a recente transição de El Niño para La Niña tem causado mudanças no clima do país, com a La Niña oferecendo uma dinâmica diferenciada, com seca no Centro-Sul e chuvas no Norte.