Após um ano de 2024 marcado por extremos climáticos no Brasil, o país enfrenta novos desafios em 2025 com a transição para uma La Niña atípica. Esse fenômeno, que está resfriando as águas do Oceano Pacífico, promete alterar significativamente os padrões de chuva e temperatura, gerando incertezas para diferentes regiões. O norte e o nordeste do Brasil devem experienciar chuvas intensas, aliviando a seca anterior, enquanto o sul do país enfrentará estiagens severas, com a possibilidade de um inverno mais rigoroso. A formação de ciclones tropicais no sul também é uma preocupação, com risco de enchentes e prejuízos nas áreas afetadas.
A agricultura será um dos setores mais impactados pela instabilidade climática. Com a previsão de chuvas excessivas no norte e secas prolongadas no sul, culturas essenciais como soja, trigo e café enfrentam dificuldades, impactando a produção e, consequentemente, os preços. O aumento da intensidade dos fenômenos climáticos exige um investimento urgente em variedades agrícolas mais resilientes e um planejamento mais eficaz, visto que a previsibilidade climática é fundamental para pequenos produtores e agricultores.
Embora o Brasil ainda invista pouco em prevenção de desastres naturais, o professor Anderson Benedetti defende que é necessário um maior empenho governamental em políticas de adaptação e mitigação, como a remoção de populações de áreas de risco e o reforço dos sistemas de alerta meteorológico. Para lidar com os impactos das mudanças climáticas e proteger as populações vulneráveis, é urgente adotar ações coordenadas que contemplem desde a prevenção até o desenvolvimento de infraestruturas mais resilientes, especialmente em um cenário de crescente aquecimento global.