O Kremlin anunciou nesta quarta-feira (29) que a Rússia está empenhada em estabelecer um diálogo com o novo governo da Síria, ao mesmo tempo em que busca garantir a continuidade de suas bases militares no país. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Bogdanov, esteve em Damasco esta semana para realizar as primeiras conversas com os novos líderes sírios, após a saída do presidente Bashar al-Assad, aliado da Rússia, no final do ano passado. Assad e sua família buscaram refúgio em Moscou.
Durante essas discussões, uma fonte síria, com conhecimento das negociações, revelou à Reuters que Ahmed al-Sharaa, líder de fato da Síria, teria solicitado que a Rússia entregasse Assad e seus assessores próximos. No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar sobre a veracidade dessa demanda.
Este movimento ocorre em um contexto delicado, com a Rússia tentando equilibrar sua posição geopolítica na região e proteger seus interesses estratégicos na Síria, enquanto lida com um novo cenário político no país árabe. A busca por estabilidade e a preservação de suas bases militares são elementos chave para Moscou no futuro das relações com Damasco.