O recém-eleito prefeito de um município do interior do Ceará teve sua posse suspensa pela Justiça Eleitoral após ser acusado de envolvimento em um esquema de compra de votos. A decisão, que ocorreu no mesmo dia em que deveria assumir o cargo, foi tomada após investigações da Polícia Federal, que interceptaram conversas em que o político menciona explicitamente a compra de apoio eleitoral. As evidências apontam para a utilização de recursos financeiros para manipular resultados eleitorais, com práticas de abuso de poder econômico em várias cidades da região.
A investigação revelou um esquema mais amplo de financiamento ilícito, com a participação de pessoas jurídicas e o uso de intermediários para ocultar as transferências de dinheiro. Segundo as autoridades, esse esquema envolvia não apenas a compra de votos, mas também doações eleitorais irregulares e práticas de corrupção em contratos públicos. A denúncia originou-se de uma queixa formal de uma prefeita de uma cidade vizinha, que alegou que o candidato teria distribuído recursos financeiros e bens em troca de votos, com o intuito de consolidar seu poder nas prefeituras da região.
As ações de investigação judicial eleitoral e as operações da Polícia Federal estão focadas em um conjunto de 51 prefeituras, com a análise de transações financeiras suspeitas e o rastreamento de dinheiro proveniente de emendas parlamentares. As investigações seguem em andamento, e o processo sobre o caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, com a expectativa de novas descobertas sobre a abrangência da rede de corrupção eleitoral.