A Justiça Militar decidiu encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação envolvendo quatro coronéis suspeitos de redigir uma carta em 2022 que pressionava o então comandante do Exército a apoiar um golpe de Estado. A carta, assinada por 37 militares, foi recebida pelo ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. No documento, os militares expressavam preocupações sobre a atuação do Judiciário durante as eleições e alertavam para a insegurança jurídica e instabilidade política no Brasil.
Uma investigação interna do Exército revelou a participação de vários militares na elaboração do texto, incluindo oficiais da ativa e da reserva. Quatro coronéis foram identificados como responsáveis pela redação da carta, sendo indiciados tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Federal. O Exército os acusou de crimes como a publicação não autorizada de críticas a superiores e incitação à desobediência, enquanto a PF os imputou por tentativa de golpe de Estado e participação em organização criminosa.
O caso ganhou repercussão após a interceptação de uma conversa em que um dos envolvidos especulava sobre o andamento da investigação. A decisão da Justiça Militar de enviar o caso ao STF marca um avanço nas apurações, refletindo a gravidade das acusações e o envolvimento de oficiais de alta patente. A investigação segue, com a expectativa de que o STF possa tomar as providências legais necessárias.