O ex-deputado e atual membro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Pacheco, é acusado de liderar um esquema de corrupção em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O caso, relacionado à prática conhecida como “rachadinha”, envolve desvios de recursos públicos, que, segundo investigações, ultrapassaram R$ 1 milhão entre 2016 e 2019. A audiência de instrução e julgamento foi agendada para o dia 4 de fevereiro de 2025, pelo juiz da 2ª Vara Criminal Especializada.
Pacheco responde pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A suspeita surgiu a partir de um relatório de inteligência financeira de 2018, que indicava movimentações suspeitas em sua conta. As investigações apontam que assessores de Pacheco devolviam grande parte de seus salários ao chefe de gabinete, com valores chegando a 97% do total recebido. Além disso, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que parte do dinheiro desviado foi usado para custear bens pessoais, como uma casa de luxo e despesas com a educação dos filhos.
O julgamento ocorre em um momento sensível, já que Pacheco assumiu recentemente a presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o biênio 2025/2026. A eleição ocorreu de forma unânime, com o apoio do governador do Rio, que tem uma relação política de longa data com o ex-deputado. Até o momento, Pacheco não se manifestou sobre o início do julgamento.