A Justiça Federal determinou a abertura de uma investigação contra um soldado de Israel, que estaria no Brasil, por suspeitos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza. A Polícia Federal foi encarregada de conduzir as apurações, com apoio do Ministério Público Federal (MPF) em diligências específicas. A decisão da juíza federal Raquel Soares Charelli foi tomada em 30 de dezembro de 2024 e o caso foi posteriormente encaminhado à PF em 3 de janeiro de 2025.
A investigação foi originada a partir de uma notícia-crime apresentada por dois advogados, que alegaram que o soldado israelense, identificado como Yuval Vagdani, estava no Brasil e poderia ser responsabilizado por atos de guerra, conforme as convenções internacionais às quais o Brasil é signatário, como a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma. A magistrada, ao aplicar o princípio da extraterritorialidade, determinou que a investigação fosse conduzida, considerando a responsabilidade do país em punir crimes cometidos fora de seu território.
Inicialmente, foi levantada a suspeita de que o investigado estivesse em Morro de São Paulo, na Bahia. No entanto, devido a questões legais relacionadas à jurisdição, o caso foi transferido para o Distrito Federal, em conformidade com o Código de Processo Penal, que estabelece que a competência para crimes cometidos fora do Brasil é da capital do estado onde o acusado residiu por último. Até o momento, não houve contato com o investigado.