A Justiça Federal do Paraná ordenou o aumento do efetivo da Polícia Federal e da Força Nacional no oeste do estado após uma série de ataques violentos contra a comunidade indígena Avá-Guarani. Entre os episódios recentes, cinco pessoas foram baleadas, incluindo duas crianças, durante um ataque relacionado a disputas territoriais. Essa foi a quarta ocorrência em uma semana, intensificando a tensão na região. A decisão foi proferida pelo juiz Pedro Pimenta Bossi, que atendeu a um pedido do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, determinando ainda que o governo estadual amplie o contingente da Polícia Militar na área.
O magistrado destacou que a escalada da violência contra as comunidades indígenas deve ser enfrentada com ações concretas por parte do poder público, incluindo medidas preventivas para conter agressões. A decisão exige a colaboração das comunidades indígenas para identificar ameaças e pontos vulneráveis, bem como locais estratégicos onde criminosos têm atuado. Foi enfatizado que o descumprimento das medidas poderá resultar em sanções legais, incluindo multas diárias e penalidades administrativas.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou um aumento de 50% no efetivo da Força Nacional na região, que já contava com tropas desde janeiro de 2024. A presença das forças federais busca reforçar a segurança das comunidades indígenas em áreas de conflito territorial histórico, agravado pela falta de reconhecimento oficial das terras e pela pressão de interesses econômicos na região. Essa situação reflete a vulnerabilidade dos povos indígenas frente à ausência de políticas efetivas de proteção e resolução de disputas.