O soldado israelense Yuval Vagdani, que estava no Brasil a turismo, deixou o país em um voo comercial no sábado (4), após o início de uma investigação judicial relacionada a possíveis crimes de guerra na Faixa de Gaza. A Justiça Federal determinou a apuração dos fatos e solicitou à Polícia Federal (PF) que conduzisse as diligências, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF). A investigação foi provocada por uma denúncia de advogados, que alegaram que o militar, mesmo estando no Brasil, poderia ser responsabilizado por crimes cometidos em território estrangeiro, com base em tratados internacionais assinados pelo Brasil, como a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma.
O governo de Israel, por meio de sua embaixada no Brasil, acompanhou o caso e garantiu a saída segura do soldado do território brasileiro. Em nota, as autoridades israelenses destacaram que orientaram seus cidadãos sobre a necessidade de cuidado ao postar sobre o serviço militar nas redes sociais, uma vez que tais publicações poderiam ser usadas por adversários políticos para iniciar processos judiciais. Embora a saída do soldado não tenha sido surpreendente para a advogada responsável pela denúncia, que mencionou casos semelhantes em outros países, o episódio gerou repercussão política, com reações tanto de autoridades brasileiras quanto de israelenses.
A situação gerou discussões, inclusive no cenário político brasileiro, com manifestações de figuras públicas como o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em suas declarações, Bolsonaro mencionou a cooperação entre Brasil e Israel, relembrando o envio de equipes israelenses para ajudar nas buscas após a tragédia de Brumadinho. No entanto, a investigação continua em andamento, e a PF segue avaliando as medidas a serem adotadas conforme a orientação judicial.