Após a estabilidade observada no dia anterior, as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) no Brasil registraram alta na terça-feira (21), refletindo a recomposição técnica dos prêmios. Esse movimento ocorre em meio a uma avaliação do mercado de que a situação fiscal brasileira ainda não melhorou significativamente, o que mantém as taxas elevadas. Entre os contratos de vencimentos mais curtos, a taxa para julho de 2025 subiu para 14,04%, enquanto as taxas dos contratos mais longos também apresentaram alta, com destaque para o DI para janeiro de 2031, que chegou a 15,05%.
O comportamento das taxas no Brasil contrastou com a queda dos rendimentos dos Treasuries americanos, influenciados pela ausência de novas informações sobre tarifas de importação dos EUA, após a decisão de Donald Trump de não aumentar as tarifas logo no início de seu mandato. No mercado local, porém, a falta de novidades no cenário fiscal brasileiro e o esvaziamento das notícias, devido ao recesso do Congresso, alimentaram a recomposição dos prêmios nos DIs. A percepção de que o pacote fiscal do governo não resolve os problemas estruturais agravou o pessimismo.
Além disso, o mercado de juros segue atento às projeções de inflação para os próximos anos, que continuam acima da meta do Banco Central. O relatório Focus apontou uma previsão de inflação de 5,08% para 2025 e 4,10% para 2026, o que reforça a expectativa de aumento da Selic em 100 pontos-base na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para o final deste mês. Apesar de o cenário doméstico estar calmo, os investidores aguardam mais clareza sobre a política externa dos EUA, que pode influenciar as decisões econômicas no Brasil.