As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam a sexta-feira (10) em alta, especialmente entre os vencimentos mais longos. O movimento foi impulsionado por dados fortes do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que indicaram menor possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve, além do anúncio da inflação brasileira para 2024, que ficou acima da meta. A taxa do DI para julho de 2025, por exemplo, subiu para 14,04%, enquanto os contratos mais longos, como os de 2031 e 2033, também apresentaram elevações consideráveis. No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro ficou em 0,52%, com alta acumulada de 4,83% em 2024, superando o teto da meta de inflação de 4,5%.
O dado sobre o mercado de trabalho dos EUA, que mostrou a criação de 256.000 postos de trabalho em dezembro, bem acima da previsão de 160.000, teve impacto imediato nos mercados, refletido na alta dos rendimentos dos Treasuries e no aumento das apostas de que o Fed não reduzirá mais os juros neste ano. Os números indicam que a inflação nos EUA continuará pressionada, dificultando ações de afrouxamento monetário. Com isso, as taxas de juros no Brasil sofreram elevações em toda a curva de juros, com destaque para a ponta longa, que apresentou um aumento mais expressivo.
No Brasil, o cenário também envolveu especulações sobre a política monetária local, com operadores começando a precificar uma possível alta da Selic em janeiro, embora as chances de um aumento de 1,25 ponto percentual ainda fossem minoritárias. Com a inflação superando a meta estabelecida pelo Banco Central, o presidente da autoridade monetária precisará justificar o descumprimento da meta através de uma carta ao presidente da República, explicando as razões e as medidas para reverter a situação e reconduzir a inflação para o centro da meta de 3%.