As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam em alta no Brasil na quinta-feira (16), com os investidores realizando lucros em diversos mercados, como a renda fixa, a bolsa de ações e o câmbio. O movimento ocorreu em meio a uma maior cautela dos investidores, que observam as mudanças no cenário fiscal interno e as repercussões da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na próxima semana. Entre as taxas mais afetadas, o DI para janeiro de 2026 registrou alta de 7 pontos-base, enquanto o contrato para janeiro de 2031 teve uma elevação de 26 pontos-base, fechando o dia em 14,96%.
O crescimento modesto do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que sinalizou uma leve pressão inflacionária, também contribuiu para a realização de lucros. A atividade econômica de novembro avançou 0,1% ante outubro, superando a expectativa de estagnação. Apesar do movimento de realização, a curva de juros no Brasil continuou refletindo uma expectativa de alta da Selic, com 90% de chance de elevação de 100 pontos-base no fim de janeiro, um cenário que se alinha com as projeções do Banco Central. A Selic atualmente está em 12,25% ao ano.
O comportamento das taxas no Brasil contrastou com o movimento no exterior, onde os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos recuaram após declarações do diretor do Federal Reserve, que indicaram a possibilidade de cortes de juros. No entanto, as incertezas fiscais internas e o fortalecimento do dólar acabaram pressionando as taxas de juros brasileiras para cima, com investidores acompanhando as possíveis consequências da política econômica do novo governo americano. O aumento das taxas nos contratos de DI refletiu a percepção de que o cenário fiscal e monetário brasileiro ainda apresenta desafios para os próximos meses.