Nesta quinta-feira, 9 de janeiro, os juros futuros apresentaram uma leve queda, impulsionada pelo alívio no câmbio, que se manteve em baixa após o Banco Central intervir para controlar o dólar. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2026, 2027 e 2029 recuaram marginalmente, após um período de altas elevadas no final de 2024. Apesar da correção das taxas, especialistas alertam que a tendência de alta persiste devido à economia aquecida e aos impactos contínuos da depreciação da moeda americana, que ainda não se refletiram plenamente nos preços internos.
Embora os dados econômicos mais recentes, como a produção industrial e as vendas no varejo, mostrem sinais de desaceleração, ainda não há consenso no mercado de que a economia está em um ponto de inflexão capaz de influenciar as decisões do Banco Central. A inflação continua sendo uma preocupação para o primeiro semestre de 2025, o que pode manter os juros elevados. O mercado aguarda os próximos dados do quarto trimestre e mais medidas fiscais, após a introdução do pacote de corte de gastos pelo governo.
O cenário fiscal também segue no centro das atenções, com o governo preparando novas ações para complementar o pacote de ajustes, além de trabalhar com o que já foi aprovado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que vetará pontos do projeto de renegociação da dívida dos Estados que afetem o estoque de passivos. No exterior, a ausência de atividades nas bolsas americanas, devido ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter, resultou em menor liquidez, mas a dinâmica dos Treasuries não impactou significativamente o mercado local. O Tesouro Nacional também realizou um grande leilão de títulos prefixados, com demanda considerável, embora os investidores continuem cautelosos devido às incertezas fiscais.