Os juros futuros apresentaram queda de até 51 pontos na mínima, com as taxas retornando a 14% ao longo da curva, impulsionadas por fatores internos favoráveis. O movimento foi reforçado pelos números mais positivos do Governo Central, que superaram as expectativas. Além disso, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi vista como mais dovish, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrando apoio à autonomia do Banco Central, o que gerou um impacto positivo no mercado.
O mercado reagiu de forma surpreendente à postura mais suave do Banco Central, que tem priorizado a atividade econômica ao invés da inflação, com a expectativa de que a taxa Selic não suba excessivamente. O enfraquecimento do mercado de trabalho, conforme dados do Caged, também contribuiu para esse cenário, com fechamento líquido de 535.547 vagas formais em dezembro, superando as estimativas mais pessimistas. Esse dado corroborou a narrativa de que o BC pode precisar de mais flexibilidade para lidar com a desaceleração econômica.
A divulgação das contas do Governo Central, com um superávit primário de R$ 24,026 bilhões em dezembro e um déficit projetado mais baixo para 2024, também contribuiu para a redução nas taxas de juros. O analista Charo Alves destacou que os números indicam um alívio fiscal no curto prazo, com uma receita superior aos gastos, sinalizando uma melhora nas contas públicas. Esse conjunto de fatores ajudou a reforçar o movimento de queda das taxas de juros, com um foco crescente na estabilidade econômica do Brasil.